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Tapeçarias de Portalegre no Rio de Janeiro

Publicado a 2013-06-11

Tapeçarias de Portalegre no Rio de Janeiro

Obras de grandes artistas como Le Corbusier, Álvaro Siza e Vik Muniz expostas no Museu Histórico Nacional.

 

A exposição "A Arte da Tapeçaria - Tradição e Modernidade" será inaugurada na quinta, 13 de junho, às 19h, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, onde fica em cartaz até 18 de agosto. A mostra traz ao Rio obras de Le Corbusier, Vieira da Silva, Almada Negreiros, Jean Lurçat, Bruno Munari, Lourdes Castro, Nadir Afonso, Álvaro Siza, Hans Herni, Rigo 23, Cláudia Lima, Nini Andrade Silva, Cruzeiro Seixas, José de Guimarães, Rui Moreira, Fernando Lemos, Joana Vasconcelos e Vik Muniz.

Integrada à programação oficial do Ano de Portugal no Brasil, onde se apresentou no SESI SP, na Galeria Ruth Cardoso, esta iniciativa da Espírito Santo Cultura (RJ) e da Manufactura de Tapeçarias de Portalegre mostra como, dos teares de Portalegre, saem obras de arte únicas, fruto do génio criativo dos artistas, que produzem os cartões originais específicos para tapeçaria. Apresenta assim o resultado a perícia das desenhistas que ampliam as imagens e as transpõem para desenho técnico; e a mestria das tecelãs, que executam com detalhe e rigor a obra final.

A exposição distribui-se segundo sete temas:

1 - Ler, interpretar e traduzir a intenção do artista: mostra a transposição do cartão de tapeçaria para escala da obra, partindo de um original criado pelo artista plástico esfecificamente para o efeito. A técnica implica em ampliar o cartão, materializá-lo num desenho de tecelagem em escala real, possível de ser lido pelas tecedeiras e encontrar as cores certas que permitam traduzir na obra final a intenção do artista.

2 - A Evolução da Técnica: mostra a resposta às exigências criativas do artista através do desenvolvimento dos pontos e da introdução das mesclas, criando perspectiva, profundidade e ilusão de texturas.

3 - A Grande Escala: apresenta a tapeçaria que reveste as paredes de grande edifícios públicos, carregando um caráter institucional e de narrativa.

4 - Sedução aos Grandes Artistas: a capacidade de trazr para o universo têxtil importantes nomes das artes plásticas, afirmando este suporte como um versátil meio disponível para a criatividade contemporânea.

5 - Integração: desvenda a tapeçaria como parte integrante de um projeto arquitetônico, onde se aliam a interpretação, a técnica e a escala ao trabalho de concepção global.

6 - Independência: mostra a tapeçaria como obra de arte autônoma, no regresso da tapeçaria a uma escala menor e como técnica disponível para a criação contemporânea.

7 - Desmaterialização: apresenta a tapeçaria como tema, propondo o suporte têxtil como base de um trabalho artístico noutro meio, como por exemplo, a fotografia.

Herdeira da tradição francesa e belga de tapeçaria mural, a Tapeçaria de Portalegre foi considerada por Jean Lurçat, o grande renovador da tapeçaria mural no século XX, a melhor do mundo.

Fundada em 1946, por Guy Fino e Celestino Peixeiro, a Manufactura de Portalegre representou um ponto de virada na história da tapeçaria mural. Adotou uma nova técnica de tecelagem, conhecida como o ponto de Portalegre e associou a sua produção a grandes nomes da arte contemporânea portuguesa e internacional.

Ao longo de sete décadas têm trabalhado com a Manufactura de Portalegre mais de 200 artistas portugueses e estrangeiros, tendo sido criadas cerca de 3300 tapeçarias até hoje.

As Tapeçarias de Portalegre estão em coleções privadas e em espaços públicos. Na sala de leitura da Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, na Austrália (Catedral de Melbourne e Supremo Tribunal de New South Wales), na Suíça (União dos Bancos Suíços), no Luxemburgo (Tribunal Europeu), no Brasil (Palácio da Alvorada), em Bruxelas (Tribunal das Comunidades).

 

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