Notícias

Arte da Tapeçaria - Tradição e Modernidade

Publicado a 2012-11-28

Arte da Tapeçaria - Tradição e Modernidade

Ano de Portugal no Brasil leva 48 tapeçarias de Portalegre a São Paulo

No âmbito no Ano de Portugal no Brasil, a exposição A Arte da Tapeçaria  - Tradição e Modernidade leva a São Paulo 48 Tapeçarias de Portalegre de 39 artistas. A decorrer na Galeria de Arte do SESI - SP, Centro Cultural Ruth Cardoso, na sede da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, entre 7 de Dezembro de 2012 e 10 de Março de 2013, esta mostra apresenta obras de Almada Negreiros, Júlio Pomar, Eduardo Nery, Le Corbusier, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Graça Morais, Sónia Delaunay, Júlio Resende, António Charrua, Carlos Botelho, Camarinha, Carlos Carreiro, Costa Pinheiro, Fernando Lanhas, Bruno Munari, Pedro Calapez, Lourdes Castro, Nadir Afonso, Álvaro Siza, Hans Herni, Rigo 23, Tom Phillips, Rogério Ribeiro, Jorge Martins, João Tavares, Cláudia Lima, Nini Andrade Silva, Cruzeiro Seixas, Cargaleiro, Jean Lurçat, José de Guimarães, Luiz Pinto-Coelho, Menez, Rui Moreira, Fernando Lemos, Burle Marx,  Joana Vasconcelos e Vik Muniz.

Integrada na programação oficial do Ano de Portugal no Brasil, esta iniciativa da Espírito Santo Cultura (RJ) e da Manufactura de Tapeçarias de Portalegre dá a conhecer a forma como dos teares de Portalegre saem obras de arte únicas, fruto do génio criativo dos artistas, que produzem os cartões originais; da perícia das desenhadoras, que os ampliam e transpõem para desenho técnico; e da mestria das tecedeiras, que executam com detalhe e rigor a obra final.

A exposição desenvolve-se a partir de oito desafios:

1 - Ler, interpretar e traduzir a intenção do artista: a transposição do cartão de tapeçaria para escala da obra. Partir de um original propositadamente criado pelo artista plástico para o efeito, ampliá-lo, materializá-lo num desenho de tecelagem à escala real, possível de ser lido pelas tecedeiras e encontrar as cores certas que permitam traduzir na obra tecida a intenção do artista.

2 - A Evolução da Técnica: Responder às exigências criativas do artista, através do desenvolvimento do ponto e da introdução das mesclas, criando perspectiva, profundidade e ilusão de texturas.

3 - A Grande Escala: A tapeçaria que reveste as paredes de grande edifícios públicos, dando-lhe um carácter institucional e de narrativa de Estado.

4 - Sedução aos Grandes Artistas: Trazer para o universo têxtil importantes nomes das artes plásticas, afirmando este suporte como um versátil meio ao dispor da criatividade contemporânea.

5 - Integração: A tapeçaria como parte integrante de um projecto arquitectónico. Aliar a interpretação, a técnica, a escala ao trabalho de concepção arquitectónica global.

6 - Independência: Tapeçaria como obra de arte autónoma. O regresso da tapeçaria a uma escala menor, de utilização mais doméstica.

7 - Novas Narrativas: Trazer para este suporte novas linguagens estéticas e artistas em cujo percurso criativo a tapeçaria representou uma fase de grande importância.

8 - Desmaterialização: A tapeçaria como tema. Propor o suporte têxtil como base de um trabalho artístico noutro meio, como por exemplo, a fotografia.

 

Herdeira da tradição francesa e belga de tapeçaria mural, a Tapeçaria de Portalegre foi considerada por Jean Lurçat, o grande renovador da tapeçaria mural no século XX., a melhor do mundo.

Fundada em 1946, por Guy Fino e Celestino Peixeiro, a Manufactura de Portalegre representou um ponto de viragem na história da tapeçaria mural. Adotou uma nova técnica de tecelagem, conhecida como o ponto de Portalegre e associou a sua produção a grandes nomes da arte contemporânea portuguesa e internacional.

Ao longo de sete décadas têm trabalhado com a Manufactura de Portalegre mais de 200 artistas portugueses e estrangeiros, tendo sido criadas 3360 tapeçarias até Setembro de 2012.

No dia-a-dia cruzamo-nos com inúmeras tapeçarias de Portalegre. Na sala de leitura da Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, em inúmeras salas de audiência de tribunais, em dependências bancárias, em colecções como a da Fundação Calouste Gulbenkian, TAP, EDP. No estrangeiro, e a título de exemplo, há na Austrália (Catedral de Melbourne e Supremo Tribunal de New South Wales), na Suíça (União dos Bancos Suíços), no Luxemburgo (Tribunal Europeu), no Brasil (Palácio da Alvorada), em Bruxelas (Tribunal das Comunidades), na África do Sul e Moçambique e em inúmeras colecções nos EUA.

 

Claudia Vieira Borges

JLM & Associados

Tel.: 96 682 53 64

Email: cvborges@jlma.pt

 

Luís Neves

MTP

Tel.:96 845 97 52

Email: luis.neves@mtportalegre.pt

Outras Notícias